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Durante a década de 1990, começaram a surgir as principais evidências de que as ações do ser humano estavam impactando o clima global. No início, parte dos pesquisadores assumiu uma postura cética, creditando as alterações observadas a fatores naturais.

Porém, com o tempo, as medidas e os modelos de análise climática foram se tornando mais complexos, robustos e precisos, o que levou à formação de um consenso científico acerca da origem humana das mutações climáticas resultantes da emissão de gases-estufa (CO2, CH4, N2O, entre outros).

Como os fatos constatados poderiam ser incômodos para certas empresas detentoras de grande poder econômico, como as do setor petrolífero, seus dirigentes passaram a pensar em estratégias centradas em lançar dúvidas sobre as novas descobertas. Assim, nem toda a população as reconheceria como verdadeiras e a pressão política para regulações que visavam mitigar a emissão de CO2 atingiria esses grupos empresariais com menor intensidade.

A própria adoção do termo “mudanças climáticas”, mais brando em relação a “aquecimento global”, usado anteriormente, foi parte de uma tática discursiva utilizada para desenvolver uma falsa controvérsia que convenceu parcela significativa da população de ideias sem respaldo acadêmico e intelectual, como, por exemplo, a de que a ecologia é simplesmente um ataque à modernização e ao desenvolvimento econômico ou a de que ambientalistas formam apenas mais um lobby entre os vários existentes.

No Brasil, embora 85% das pessoas acreditem que o planeta está ficando mais quente, segundo levantamento do Instituto Datafolha, em 2019, não se pode dizer que não exista negacionismo climático.

Ricardo Grandi Bianco. Internet: politize.com.br (com adaptações).












 

A respeito das ideias veiculadas no texto, julgue o item seguinte.

Na linha 5, o emprego da preposição “a”, em “a fatores naturais”, justifica-se pela regência do verbo ‘creditar’, empregado na forma nominal de gerúndio – “creditando”.