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XIX
Talvez não se lembre de um Jacinto, cujo nome, então desconhecido para mim, ouvira uma vez da boca de Lúcia.
Era um homem de 45 anos; feição comum e espírito medíocre. Encontrava-o agora todos os dias em casa de Lúcia; e desde a primeira vez antipatizara com a sua enjoativa figura.
— Quem é este senhor? — perguntei a Lúcia.
Ela perturbou-se.
— É um sujeito que costuma tratar dos meus negócios.
— Que importantes negócios são os teus que eu não me possa incumbir deles?
— Compras... Não tenho outros. Para que incomodá-lo com isso?
— Também sou ciumento: não desejo que ocupes outra pessoa além de mim.
— Esse homem é quase um criado.
A palavra produziu o seu efeito; desde que o Jacinto desceu ao mister de homem assalariado, não fiz mais reparo na sua assiduidade. Quase sempre o encontrava na escada interior, descendo quando eu subia; dava-lhe tanta atenção como ao carroceiro que enchia as talhas d’água, ou ao cozinheiro que saía a compras.
ALENCAR, J. Lucíola. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br.
Acesso em: 25 ago. 2017.
Ao relatar seu passado com Lúcia, cortesã de modos refinados, o narrador revela uma visão de mundo alinhada ao Romantismo, representada, nesse fragmento, pela
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